004.13 – O ZAKATE E OS ÓRFÃOS
“Tens reparado naquele que desmente a religião (nega as recompensas e os castigos do Dia do Juízo Final)? Esse é quem repele o órfão. E não incentiva os outros a alimentarem o pobre (e ele também não o faz) …”. Cur’ane 107:1, 2 e 3.
Nos tempos mais antigos, as guerras e as doenças deixavam muitas crianças órfãs, com poucas possibilidades de sobrevivência. Outros órfãos herdavam fortunas dos seus pais, sem que tivessem condições de as assegurar convenientemente. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) também foi um órfão e na tenra idade foi entregue aos cuidados do seu avô e depois de um dos seus tios. Durante a sua vida, defendeu os direitos dos outros órfãos, incentivando as pessoas para os tratar bem, pois tinham direitos de serem educados, alimentados e de conservarem a herança dos seus pais. Uma das frases mais famosas do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) foi quando referiu: “Eu e o guardião do órfão, estaremos juntos no Paraíso”. Ahman e At Tirmizi.
Em algumas situações alguns se aproveitam dos bens dos órfãos, não lhes dando os seus direitos enquanto menores (alimentação, vestuário e educação) e quando atingem a maioridade, defraudando-os na devolução dos bens que herdarem dos seus parentes, trocando os bons pertences por outros de valores irrisórios. “Concedei aos órfãos os seus patrimónios. Não devorais os seus bens misturando-os com os vossos, porque isto é um grande pecado”. Cur’ane 4:2. Nos tempos da Jahillia, alguns mal-intencionados ao tomarem conta de meninas órfãs casavam-se com elas, com a intenção de ficarem as suas fortunas, tratando-as injustamente. Com o advento do Islam, os tutores tiveram dúvidas se casando com as órfãs, se seriam capazes de as tratar com justiça, de modo a não incorrerem à ira de Deus. O Cur’ane responde às suas preocupações, aconselhando-os a casarem com mulheres das suas escolhas, que não sejam órfãs a seu cargo. Cur’ane 4:127. Quem proteger e tomar conta de órfãos pobres da mesma maneira como trata os seus filhos, terá uma grande recompensa por parte de Allah, o melhor dos protectores. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) referiu: “A melhor casa é aquela em que o órfão é tratado com bondade”. Ibn Majá.
A herança do órfão está sujeita à contribuição do Zakat, como estaria se os seus pais estivessem vivos. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) referiu: “Façam comércio com os fundos dos órfãos para que os mesmos não sejam esgotados pelo Zakate”. At–Tabarani. O islão recomenda que o dinheiro deve criar riqueza e não ser simplesmente guardado. O tutor deverá criar as melhores condições para proteger a fortuna do órfão, de modo que ele a receba na íntegra, quando atingir a idade adequada para gerir o que é dele.
“Não disponhais do património do órfão, senão da melhor forma possível, até que atinjam a maioridade”. Cur’ane 6:152. Assim, o tutor dos órfãos acaba por ter duas responsabilidades, uma é tomar conta do órfão como se fosse o seu próprio filho e outra é responsabilizar-se pela sua fortuna, criando condições para que o pagamento do Zakat não diminua os poucos, ou muitos bens.
Terminam as mensagens referentes ao tema: “Zakat, Sadaka e o Trabalho”. Todos os louvores são para Allah Subhanahu Wa Taala, Sustentador e Protector. “ALLAHU NURO SAAMÁ WÁTI WAL ARDH. “ALLAH É A LUZ DOS CÉUS E DA TERRA”.
Wa ma alaina il lal balá gul mubin” “E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem”. Surat Yácin 36:17. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.
Abdul Rehman Mangá