023.1 – A (SAGRADA) FAMILIA NO ISSLAM
A família é o resultado duma relação estável entre um homem e uma mulher, unidos de livre vontade num matrimónio, religioso ou civil. Os filhos gerados desta união, educados e protegidos, farão também parte da família. A família constitui a base fundamental duma sociedade, dum povo e dum país. Na Religião Islâmica, o conceito de família vai mais longe ao abranger os nossos avós e os direitos dos restantes familiares (nomeadamente os irmãos dos nossos pais) e também os direitos dos nossos vizinhos. É-nos recomendado para visitarmos e tratarmos bem os amigos dos nossos pais. Aisha e Ibn Omar (Que Allah esteja satisfeito com eles) referiram que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) lhes transmitiu a seguinte preocupação: “O anjo Gabriel recomendou-me frequentemente no que se refere aos direitos dos vizinhos, que receei que estes também seriam declarados como herdeiros)”.
Quando estamos na barriga da nossa mãe, durante “longos” 9 meses, ficamos aconchegados, com uma temperatura ambiente adequada e alimentados. Ao longo desse tempo, a nossa mãe nos carrega, sofrendo com isso muitas privações. O nosso nascimento tem como contrapartida o sofrimento e a dor da nossa mãe.
Ainda pequenos, continuamos a ser alimentados com o leite materno e o tempo que passamos com a nossa mãe, faz com que exista entre nós, um carinho especial e uma cumplicidade que nos vai acompanhar ao longo da nossa existência. É por isso que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), respondeu 3 vezes “MÃE” à questão: “A quem devemos servir e cuidar, isto é, a quem merece a maior consideração?” (Tirmizi e Abu Daud).
No nosso pai, vemos o garante da nossa educação, do nosso sustento e da nossa segurança.
Com o pai, com a mãe e também com os restantes familiares, passamos longos anos, aprendendo a caminhar, a dizer as primeiras palavras, a conhecer a existência de Allah, o nosso Criador e Sustentador e a amar os nossos familiares e amigos. Mesmo visitando as casas de outras pessoas mais favorecidas, acabamos sempre por nos sentir bem, na nossa própria casa.
“E Nós ordenamos ao homem que fosse bondoso para seus pais. Sua mãe transportou-o no ventre em fraqueza sobre fraqueza, amamentando-o durante dois anos. Dá-me, a Mim e a teus pais, os teus agradecimentos. Para Mim voltareis.” Cur’ane (31:14). “Ó vós que credes! Salvai a vós mesmos e vossas famílias do fogo (do inferno).” Cur’ane (66:6).
Na maior parte das sociedades materialmente desenvolvidas, a permissão de casamentos entre dois homens ou duas mulheres, o aborto e a degradação do matrimónio, representam o colapso da família tradicional. Assistimos nos nossos dias os pais idosos a serem “abandonados” nos lares e só “visitados” nas alturas dos respectivos funerais, ignorando todos os cuidados e carinho que eles lhes prestaram quando pequenos.
A decadência dos valores morais, a satisfação dos prazeres em detrimento da coesão da família e da religiosidade, conduzem o homem à sua perdição. Foi o que aconteceu com alguns dos povos anteriores que desprezaram as orientações dos seus Profetas, praticando actos ilícitos e imorais, acabando por serem destruídos, conforme é referido em alguns versículos do Cur’ane.
O Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) referiu que entre os 7 tipos de pessoas que não entrarão no paraíso, estão os que praticam o homossexualismo.
A Bíblia refere: “Não coabitarás sexualmente com um varão; é uma abominação” – Levitico 18:22.
É importante continuarmos a manter as ligações familiares, tal como faziam os nossos pais e avós, pois isso aumentará a satisfação do nosso Senhor, que nos concederá o nosso sustento e a felicidade no lar.
“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41. “Wa ma alaina il lal balá gul mubin” “E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem”. Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Allah, Senhor do Universo!”. Cur’ane 10.10.
Abdul Rehman Mangá