O ADHAN – CHAMAMENTO PARA A ORAÇÃO

O ADHAH (Chamamento para a Oração)

A obrigatoriedade das 5 orações diárias foi instituída  na noite de Miraj, quando o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam – Que Deus derrame as bênçãos sobre ele) ainda estava em Makha. Nessa altura, os muçulmanos eram perseguidos e maltratados, pelo que dificilmente se juntavam para cumprir com  o segundo pilar da religião. Antes de surgir o Adhan, para chamar os muçulmanos para a oração, as pessoas dirigiam-se para as Mesquitas em diversos tempos, depois de individualmente ou em pequenos grupos, calcularem o início das orações. Esta prática  impedia de se cumprir com as orações de uma forma organizada e em congregação. Era um sistema que não agradava ao Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam).

Já em Madina, quando os muçulmanos se sentiam seguros, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), reuniu e questionou os seus companheiros (Radiyalahu an-huma – Que Deus esteja satisfeito com eles)), se tinham sugestões no sentido de se encontrar um meio para anunciar a hora de cada oração. Seguiram-se várias propostas, entre elas, o chamamento através duma corneta, içando uma bandeira no topo da Mesquita, tocando os sinos (como os Cristãos), ateando uma fogueira, etc. Nenhuma das sugestões então apresentadas foi aceite pelo Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), já  que nenhuma delas glorificava  Deus, nosso Senhor e Criador.

Pouco tempo depois,  Abdallah Bin Zaid (Radiyalahu an-hu)  sonhou com um homem, trajando uma túnica verde e com uma corneta na mão. Perguntou-lhe se queria vender a corneta. Foi-lhe questionado os  motivos porque  pretendia o instrumento. Respondeu Abdallah, de que era para fazer o chamamento para as orações. O homem de verde respondeu de que conhecia um meio mais eficaz para o efeito: a chamada para as orações deveria ser feita por alguém com voz audível,  com as seguintes palavras:

Deus é Grande, Deus é Grande (repetido 4 vezes); Eu testemunho de que não há outra divindade excepto Deus (2 vezes); Eu testemunho de que Muhammad é Mensageiro de Deus (2 vezes); Venham para a oração (2 vezes); Venham para o sucesso (2 vezes); Deus é o Maior (2 vezes); Não há divindade excepto Deus.

O homem ainda referiu de que quando se iniciassem as orações, deveriam ser pronunciadas as mesmas palavras, acrescentando: A oração está prestes a iniciar-se.

Abdallah foi contar o sonho ao Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), que depois de ouvir atentamente, disse: “Sonho verdadeiro”. Omar referiu que também tivera o mesmo sonho, pelo que o Profeta ficou feliz e disse que ambos tiveram visões verdadeiras. Seria então este o método para chamar as pessoas para as orações. O Profeta pediu a um dos companheiros para procurarem pelo Bilal (Radiyalahu an-hu), em ex – escravo que sofrera torturas severas pela sua firmeza na religião. Abdullah deu a conhecer a Bilal, as palavras que ouviu no sonho.

A partir daquele momento, Bilal, que tinha uma voz forte e agradável, passou a ter a incumbência de fazer o Adhan. Utilizava o topo duma casa que ficava ao  lado da Mesquita, pertencente a uma família da tribo Banu Najjar e com a força e a doçura da sua voz, chamava as pessoas para as orações.

Na oração antes do alvorecer (Fajr), Bilal, o Muazin acrescentava 2 vezes: “A oração é melhor do que o sono.”

O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse aos seus companheiros de que quando é feito o Adhan, o cheitan (diabo), o lapidado e o amaldiçoado, vira as costas e foge parta bem longe, a fim de não ouvir as palavras proferidas. A razão disto é de que quem ouve as palavras do adhan, torna-se testemunha das mesmas e o diabo não quer ser testemunha. Depois do chamamento ter terminado, ele volta para o local da oração. Volta a fugir quando se inicia o segundo chamamento (Ikhamá), quando a oração em congregação  está prestes a iniciar-se. Depois, regressa novamente  para desviar a atenção das pessoas, lembrando-lhes assuntos fúteis e mundanos e colocando na mente dos oradores questões irrelevantes, que os leva a não saber quantos ciclos de oração fizeram.

O Profeta teve dois muezins, Bilal e Abdallah Ibn Umm Maktum (Radiyalahu an-huma – Que Deus esteja satisfeito com eles).

Refere o Cur’ane 6:162: “Diz: Minhas orações, minhas devoções, minha vida e a minha morte pertencem a Deus, Senhor do Universo, que não possui parceiro algum….”

Disse Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam): i) “Garantam-me 6 coisas e eu dou-vos a certeza da entrada no paraíso: Garantam-me: 1)-a oração; 2)-o Zakah; 3)-a honestidade; 4)-a castidade; 5)-o estômago e 6)-a língua.” – narrado por Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) – At-Tabarani; “ ii) “A semelhança das cinco orações diárias, é como uma ribeira profunda, cuja água passa ao pé da casa daquele que nela tome banho cinco vezes por dia”. – narrado por Jabir (Radiyalahu an-hu).

“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41. “Wa ma alaina il lal balá gul mubin”  “E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem”. Surat Yácin 3:17. Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.

Abdul Rehman Mangá

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