OS ATEUS, O ATEISMO E OS MUÇULMANOS
O ateísmo é uma é a negação absoluta de Deus e consequentemente a negação da vida eterna (Akhirat). Segundo as enciclopédias, a palavra ateu deriva do grego “a” que significa ausência e “teu” do grego “theós”, com o significado de “Deus”.
Literalmente ateu, será “sem Deus”. O significado da palavra teve muitas evoluções ao longo dos tempos e na era moderna, na sociedade ocidental, tem o significado de “descrença em Deus”, por alguns se recusarem a acreditar em algo, através da fé.
O ateísmo é a posição oficial dos países comunistas, pois desencorajam todas as religiões, com a intenção de evitar quaisquer oposições às ideias estabelecidas pelos respectivos estados.
O ateísmo é preponderante na República Popular da China, Cuba Coreia do Norte, Rússia. Por outros motivos, vem ganhando adeptos um pouco por toda a Europa.
Os orientais e os crentes ocidentais, vêm com muita preocupação o crescimento deste fenómeno pela Europa. Muitos europeus, com a facilidade dos conhecimentos científicos adquiridos nas últimas décadas, com o bem-estar e com as facilidades do consumo começaram a pôr em causa, a existência do Criador. Nos nossos tempos, está na moda ser ateu.
O muçulmano, através da sua fé, apesar de não O ver, acredita no Deus Único, nos Seus Anjos e nos Seus Mensageiros. Acredita também que esta vida terrena é uma passagem para uma vida eterna.
Se olharmos para tudo o que nos rodeia, a terra, os astros, o céu, tudo tem a sua função pré definida. Nada apareceu por acaso. No Cur’ane, nosso Criador refere:
“Que criou sete céus sobrepostos; tu não acharás imperfeição alguma na criação do Clemente!”. “volta a olhar! Vês acaso, alguma fenda?”
Um amigo meu, convertido, de pele muito branca e o sol não o consegue bronzear, estava uma vez na paragem do autocarro na cidade do Porto, com as suas vestes muçulmanas brancas e com o chapéu (topi) branco! – Duas senhoras que também aguardavam o autocarro começaram a meter-se com ele, dizendo em voz alta com a finalidade dos outros também ouvirem, para além de outros disparates, o seguinte: “Os talibães invadiram o nosso país, deviam estar na terra deles.” Uma outra senhora que não gostou das palavras, virou-se para elas e disparou: “Vocês têm é vergonha da nossa religião; deixem lá o senhor em paz, ele não vos fez mal nenhum. Pelo menos ele e outros da sua fé, não se envergonham do que são e são cumpridores da religião, ao contrário de nós, onde as nossas igrejas ficam vazias.”
Nas conferências que vou dando, surgem algumas perguntas e uma delas relacionadas com este tema. Um ateu, questionou-me se ele e os outros que não acreditam em Deus, irão para o paraíso? É fácil de perceber a resposta. Porque se preocupam eles, que não acreditam em Deus e na vida eterna, se vão para o inferno ou para o paraíso, se para eles, com o último suspiro, tudo terminou? É a dúvida, que persiste até à morte. Tenho conhecimento através de padres capelães dos hospitais, que na hora da morte, com medo (?) certos ateus, voltam a abraçar a fé em Deus. Outros porventura, por vergonha, não o manifestam abertamente.
A propósito da nossa fé, em acreditarmos o que não vemos: O Profeta Muhammad (Salalhu Aleihi Wassalamao, uma vez estava com os seus companheiros e disse: “Quando verei eu os meus irmãos?”. E os companheiros perguntaram-lhe se eles não eram os seus irmãos. E ele respondeu “Vós sois os meus companheiros; mas os meus irmãos serão aqueles que acreditarão em mim sem nunca me terem visto”. – Hadice narrado por Ahmed. (Subhanallah!!).
Na referida passagem, o Profeta, com a fé e esperança, anseia pelo dia em que nos irá ver. E nós os muçulmanos, sem nunca o termos visto, nem sequer imaginado a sua fisionomia, com fé e esperança, estamos desejosos de estar com ele no dia do Julgamento Final. Nessa altura, ele nos fará beber a água de Kaussar, para nos aliviar da sede e da aflição do dia.
“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41. “Wa ma alaina il lal balá gul mubin” “E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem”. Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. Cur’ane 10.10.
Abdul Rehman Mangá