AL DIN AL NASSI’AH – A RELIGIÃO, A PRÁTICA E A SOLIDARIEDADE.
AL Din – a Religião, é o código de vida para o muçulmano, um bem muito precioso, que deve ser partilhado com outros. É o exemplo da riqueza, que deve ser repartido através do Zakate (contribuição obrigatória) e do Sadaká (a facultativa). Essa solidariedade que a própria religião nos ensina, pode denominar-se de “AL Nassi’ah”. A conjugação destes dois factores, a religião e a solidariedade, origina as palavras “AL DIN AL NASSI’AH”. São só duas palavras, mas com um significado muito abrangente. São vários os exemplos na língua árabe de duas palavras que dão ênfase a uma situação. Para melhor entendermos essa importância, vamos recorrer ao significado de duas famosas palavras do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), quando se referiu à importância da Peregrinação a Maka, dizendo: “O Haj é Arafah”. Estas duas palavras reflectem a importância de Arafah no cumprimento do Haj. Se o peregrino cumprir com os rituais do Haj, tais como, o Tawaf (circundar a Casa de Deus 7 vezes), percorrer também 7 vezes os montes Safa e Marwa, permanecer em Miná e em Muzdalifa, atirar as pedrinhas aos sheitanes (diabos) e cumprir com o Curbani (sacrifício), mas se por qualquer motivo não permanecer em Arafaf no dia e no tempo prescrito, então deverá fazer um novo Haj. Apesar da “estadia” em Arafah ser só por poucas horas em relação aos 5 dias do Haj, acaba por ser determinante para se considerar a peregrinação completa.
A Religião sem solidariedade, não fica completa. As palavras AL DIN AL NASSI’AH encerram uma importância extrema para o crente e podem ser explicadas utilizando o exemplo do mel que não pode ser consumido imediatamente depois de colhido nas colmeias, pois o mesmo contém diversas impurezas, incluindo favos e restos de abelhas. Depois de filtrado (purificado), então estará apto para ser introduzido no mercado e para ser consumido. Porque uma das características do ser humano é o esquecimento, deve preocupar-se em relembrar e melhorar os seus conhecimentos religiosos. Sem conhecimento (ilm), não é possível o Ibadat (adoração a Deus). Se não relembrarmos, associaremos à adoração, rituais, usos e costumes contrários à pureza da religião. O crente deve assumir uma preocupação constante para “purificar-se” de tudo o que é estranho à religião.
Para que o crente seja de facto muçulmano (submisso a Deus), deverá constantemente purificar e renovar essa condição, de modo a estar sempre com a fé fortalecida. Também chamamos a essa condição de DIN NASSI’AH. Consideremos os 5 pilares do Islam, como os 5 pilares que suportam uma tenda, na qual nos abrigamos. Se dois ou mesmo um dos pilares se encontrar danificado, a estabilidade da tenda ficará comprometida. Se a fé estiver doente, deve-se procurar o remédio certo para a cura. Com os pilares firmes que sustentam a fé, o crente terá todas as condições para viver em Paz com o Criador, com a natureza e com todos os que o rodeiam. Mas não deve conservar esta preciosidade só para si, deve ser solidário e partilhar com outros crentes, o conhecimento que tem da religião. São estas as advertências que encontramos nas palavras “AL Din AL Nassi’ah” – relembrar, purificar, praticar, aconselhar e solidarizar.
O primeiro pilar – a fé –, deve ser renovado sempre com “LA ILAHA ILLA LLAH “NÃO HÁ OUTRA DIVINDADE, SENÃO DEUS, A (ÚNICA) DIVINDADE. Estas palavras devem ser recitadas com sinceridade durante toda a nossa vida. São simples palavras que nos ensinam a Unicidade de Deus e para Ele será o nosso retorno. Serão as luzes que iluminarão as nossas sepulturas. Para testemunharmos que Muhammad (Salalahu Aleihi wassalam) é o último Mensageiro e Profeta de Deus, devemos recitar duma forma completa a Shahadah (declaração de fé): “LA ILAHA ILLA LLAH MUHAMMAD RASSULULAH– “NÃO HÁ OUTRA DIVINDADE, SENÃO DEUS, A (ÚNICA) DIVINDADE, E QUE MUHAMMAD É O SEU (ÚLTIMO) MENSAGEIRO. Num longo hadice o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) referiu aos seus companheiros (Radiyalahu an-huma) o que viu num sonho, relativo ao dia da Ressurreição. Entre algumas das passagens, disse “Eu vi uma pessoa entre os meus seguidores a quem a porta do paraíso se tinha fechado quando ela lá chegou. Veio então o seu Kalimah Shahadah – La ilaha illallah – (Não há outra divindade, senão Deus – declaração de fé), abriu-lhe a porta e deixou-a entrar” (At-Tabarni). SubhanaAllah!!!
A oração, o segundo pilar, é obrigatório para todos os muçulmanos. Para a efectuarmos correctamente, devemos relembrar / aprender, de modo a evitarmos erros que transformem as recompensas em pecados. Para efectuarmos a oração, o primeiro aspecto que devemos ter em conta, é a limpeza do nosso corpo e das nossas roupas. Não basta fazer a ablução (Uzú), se não nos lavarmos convenientemente, por exemplo depois de urinarmos. No referido longo hadice, o Profeta de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) disse também: “Eu vi uma pessoa entre os meus seguidores, que tinha acabado de ser enterrado e quando chegou a hora da punição do túmulo, veio o seu Uzhú (ablução) e salvou-o da punição. Eu vi um homem entre os meus seguidores, que estava ao pé dos Profetas e foi impedido por eles de se sentar ao lado deles. Veio o seu Ghussal (banho obrigatório após o contacto intimo com o seu conjugue) e o fez sentar-se ao meu lado. Eu vi um homem entre os meus seguidores a quem os anjos da punição tinham aterrorizado e entristecido. Vieram então as suas orações (Salat) e salvaram-no. Eu vi uma pessoa entre os meus seguidores que estava a andar de joelhos na ponte de Sirat. Veio então o seu Salat (orações), fê-la levantar-se e ela atravessou a ponte”. SubhanaAllah!!!
“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.
Todas as adorações feitas pelo crente, são para o benefício do crente. O jejum que o crente efectua no mês de Ramadan, ou fora dele, é exclusivamente para Deus! É no mês de Ramadan que aproveitamos para purificar a nossa concepção da religião, porque apesar de ocupados também com os nossos afazeres profissionais, encontramos tempo e disposição para relembrar e aprender. Nesse mês, os crentes enchem as mesquitas, colhendo os ensinamentos que os eruditos nos dão acerca dos diversos temas da religião e da vida. É o Din AL Nassi’ah. É uma boa oportunidade para aprendermos e purificarmos a nossa fé. Deus sabendo a fraqueza do ser humano, porque passa todo o ano agitado e não encontra tempo suficiente pata se lembrar Dele, Allah, Subhana Wataala, com a sua infinita Misericórdia concedeu-lhe o mês de Ramadan, para inverter a situação. De facto, o Ramadan provoca um fascínio no muçulmano, difícil de se explicar. Também no jejum facultativo efectuado nos dias especiais, como por exemplo no dia de Arafah, às quintas-feiras ou em dias alternados ao longo do ano, serão uma provisão para a vida futura (Akhirat). Ainda no referido longo hadice acerca do Dia da Ressurreição, o Profeta Salalahu Aleihi Wassalam) referiu: “Eu vi uma pessoa sequiosa entre os meus seguidores, com a língua de fora, que não conseguia beber água quando pretendia fazê-lo. Veio então o seu jejum e saciou-lhe a sede”. SubhanaAllah!!!
O Zakat, o quarto pilar do islam, é a purificação da riqueza. Também existem regras para o seu cumprimento. Devemos aprender / recordar os métodos para o cálculo e pagamento do Zakat, uma obrigação para a qual teremos de responder. O crente rico, que tem por hábito distribuir caridade, terá neste mundo a “Baraka” (a abundância). Sentir-se-á espiritualmente realizado e a sua riqueza não diminuirá por causa disso. “E há nos seus bens, uma parte para o mendigo e para o desafortunado”. Se o Zakat é obrigatório para os que têm capacidade financeira, como será possível o crente que nada tem cumprir com este importante pilar? O Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Salvem-se (a vós próprios), mesmo dando em caridade, metade duma tâmara”. Bhukari. Ainda referiu o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam): “É obrigatório para todos os muçulmanos darem a esmola (sakaka)” Perguntaram se uma pessoa não tiver nada para dar? Respondeu: Ele deve trabalhar com as suas mãos, para que possa beneficiar-se e dar a caridade. Se não conseguir, deve ajudar os oprimidos. Se não puder, deve dizer o que é razoável. Se não puder, deve abster-se de fazer o mal, porque tudo será considerado como sadaka”. Bhukari 73:51. Todas as boas acções são Sadaka. No referido longo Hadice relatado por At-Tabarni, quando Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) contou aos seus companheiros o que viu num sonho, disse também: “Eu vi um homem entre os meus seguidores a pôr as mãos sobre a cara para se proteger do calor e do fogo do inferno. Veio então a sua caridade, tornou-se num muro, salvou-o do fogo e tornou-se numa sombra sobre ele”. SubhanaAllah!!!
Para finalizar este tema subordinado ao tema “AL Din AL Nassi’ah”, vou referiu o quinto pilar do Islam – o Haj – “E completai o Haj e o Umra exclusivamente para Deus”. Cur’ane 2:196. O niyat (a intenção) de ir fazer o Haj, deve acompanhar-nos durante toda a vida. Ao perspectivar-se a viagem, devemos aprender todos os rituais que iremos realizar, de modo a obtermos o máximo de recompensas possíveis. Para o Haj assim realizado, o Paraíso será a recompensa. Muitos ficam receosos porque pensam que terão muitas dificuldades para o cumprimento dos rituais. Mas a melhor maneira de afastar esse temor, é ler, perguntar e aprender, antes da viagem. Desenganem-se aqueles que pensam de não podem ir fazer o Haj, por não terem condições financeiras. Quantas pessoas que nada tinham e de repente ouvimos falar de que já estão a caminho da peregrinação? E outros com muitas posses, acabam por morrer sem cumprirem com o 5º. pilar? No caso de impossibilidade de cumprir com o Haj, as recompensas podem ser obtidas de várias maneiras, como por exemplo através do nosso comportamento, o carácter e o relacionamento com os nossos vizinho e com os nossos colegas não muçulmanos. Será uma das melhores formas de demonstrarmos a Paz do islam. Também o respeito e a compaixão pelos nossos pais, em especial quando eles atingirem a velhice, é uma outra via para obtermos inúmeras recompensas por parte de Allah, nosso Criador. Todos aqueles que não participam na peregrinação, têm a oportunidade de expiarem os seus pecados, fazendo o jejum no dia de Arafat. O Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “O Haj é Arafah, O Haj é Arafah”. Relato de Baihaque. Ainda referiu: “O melhor dia, é o dia de Arafah”. Acerca do jejum no dia de Arafah, disse: “permite emendarem-se as faltas (cometidas) durante o ano anterior e o ano seguinte”. Muslim. No longo hadice que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), contou aos seus companheiros, acerca do sonho que teve relativo ao Dia da Ressurreição, disse: “Eu vi uma pessoa entre os meus seguidores, rodeada de escuridão e que não sabia para onde ir. Veio então o seu Hajj e Umrah, tirou-a da escuridão e trouxe-a para a luz”. At-Tabarni. SubhanaAllah!!!
Baseado no baiane do Mufti Imtiaze, de Moçambique, proferido na Mesquita Central do Porto – Portugal. Que Allah Subhana Wataala lhe conceda muito ilm para nos transmitir o “Din AL Nassi’na”.
Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) quando estava com os seus companheiros (Radiyalahu an-huma) referiu o seguinte longo hadice: “Eu vi uma pessoa entre os meus seguidores a quem a porta do paraíso se tinha fechado quando ela lá chegou. Veio então o seu Kalimah Shahadah – La ilaha illallah – (Não há outra divindade, senão Deus – declaração de fé), abriu-lhe a porta e deixou-a entrar”. “Eu vi uma pessoa entre os meus seguidores, que tinha acabado de ser enterrado e quando chegou a hora da punição do túmulo, veio o seu Uzhú (ablução) e salvou-o da punição. Eu vi um homem entre os meus seguidores, que estava ao pé dos Profetas e foi impedido por eles de se sentar ao lado deles. Veio o seu Ghussal (banho obrigatório após o contacto intimo com o seu conjugue) e o fez sentar-se ao meu lado. Eu vi um homem entre os meus seguidores a quem os anjos da punição tinham aterrorizado e entristecido. Vieram então as suas orações (Salat) e salvaram-no. Eu vi uma pessoa entre os meus seguidores que estava a andar de joelhos na ponte de Sirat. Veio então o seu Salat (orações), fê-la levantar-se e ela atravessou a ponte”. “Eu vi uma pessoa sequiosa entre os meus seguidores, com a língua de fora, que não conseguia beber água quando pretendia fazê-lo. Veio então o seu jejum e saciou-lhe a sede”. “Eu vi um homem entre os meus seguidores a pôr as mãos sobre a cara para se proteger do calor e do fogo do inferno. Veio então a sua caridade, tornou-se num muro, salvou-o do fogo e tornou-se numa sombra sobre ele”. “Eu vi uma pessoa entre os meus seguidores, rodeada de escuridão e que não sabia para onde ir. Veio então o seu Hajj e Umrah, tirou-a da escuridão e trouxe-a para a luz”. SubhanaAllah!!! At-Tabarni
Wa ma alaina il lal balá gul mubin” “E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem”. Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. 14:41.
Abdul Rehman Mangá