027 – A PACIÊNCIA

 

027 – A PACIÊNCIA

Para os que sofreram e já partiram. Para os que ainda sofrem, pacientemente, aguardando a recompensa do Senhor, o Perdoador. Que o sofrimento não seja em vão e que o nosso Criador, o Misericordioso, alivie os fardos das vossas falhas, com os quais se vão apresentar no Dia da Ressurreição!

Desde os primeiros tempos da humanidade, a dor e o sofrimento, continuam a ser uma das grandes preocupações. O homem sempre se preocupou em esclarecer os motivos que provocam a ocorrência da dor e os procedimentos destinados ao seu controlo e erradicação.

039.01 – DE IDÓLATRAS PARA O MONOTEÍSMO

039.01 – DE IDÓLATRAS PARA O MONOTEÍSMO

Muito depois da morte dos profetas Ibrahim e Ismail (Aleihi Salam) e antes da profecia de Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), os Árabes e outros povos da região, adoravam ídolos, combatiam-se entre si e praticavam barbaridades, como por exemplo, o de enterrarem vivas as suas próprias filhas. Muitos deles eram pessoas desprovidas de sentimentos e as guerras entre as diversas tribos prolongavam-se por longos anos. Quando se sentiam cansados dos combates, faziam tréguas, mas sempre aguardando uma nova oportunidade para voltarem à guerra. Muitas vezes os animais serviam de pretexto, pois bastava que um deles fosse beber numa fonte alheia, para despoletar uma nova batalha. Entre outros pecados os mais graves que praticavam eram: 1) cometiam o shirk, associando os ídolos a Allah; 2) o adultério era frequente entre eles; e 3) matavam os seus próprios filhos, com receio de os sustentar.  

Os Árabes de Maka, tinham o privilégio de ter a Caaba, que era visitada pelos peregrinos que vinham das aldeias vizinhas e também de outras localidades distantes. Os chefes coraixitas eram responsáveis pela segurança do local e providenciavam água para os visitantes, muito escassa na altura. Antes de se reverterem ao monoteísmo, os Árabes adoravam diversos ídolos talhados em diversos materiais.  A pureza da Caaba construída para adoração do Deus Único, estava manchada com ídolos, que foram colocados ao longo dos séculos que passaram depois da reconstrução efectuada pelos Profetas Ibrahim e seu filho Ismail (Aleihi Salam). Os Árabes da altura sabiam que o Profeta Ibrahim (Aleihi Salam) só adorou o Deus Único e que os costumes religiosos e os rituais da peregrinação à Caaba, faziam parte do seu legado. Os peregrinos quando chegavam a Maka, despiam as suas roupas porque as consideravam impuras e depois circundavam a Casa de Deus. Esta nudez foi depois proibida pelo Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), que instituiu o Ehram, duas peças de pano sem costuras, lembrando o dia do nosso nascimento e do nosso funeral, em que os crentes são embrulhados com simples tecidos brancos. 

No entanto, apesar de serem idólatras, tinham em mente o conceito de Deus, criador de todas as coisas. Quando os ídolos não respondiam os seus anseios, retiravam as ofertas e falavam grosseiramente para eles! Quando se encontravam em sérias dificuldades e porque os ídolos não lhes podiam socorrer, recorriam ao Criador. Quando lhes era perguntado quem criou a terra, os céus e tudo que existe no mundo, respondiam de que foi Allah. Nos seus corações, eles compreendiam o valor da verdadeira adoração a Deus, mas essa compreensão era coberta por uma cortina espessa de ignorância e pelos antigos costumes que passavam de pais para filhos. Mas então como conviviam com esta dualidade de critérios? Recordemos algumas passagens:

Abdul Muttalib, que viria a ser o avô do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), era o chefe dos coraixitas e da Caaba, quando se deu o incidente conhecido como “o ano dos elefantes”, que vem referido num breve capítulo do Cur’ane – Surat Al Fil – 105. Abraha, um governador do Yémen, que fazia parte do reino de Negus da Abissínia, estava insatisfeito por ver os Árabes continuarem a considerar a Caaba em Maka, como seu santuário desde o tempo do Profeta Ibrahim (Aleihi Salam) e por serem donos e senhores do comércio da zona. Reuniu um grande exército com a finalidade de destruir a Caaba. Antes de entrar em Maka, enviou um pequeno exército de reconhecimento que roubou alguns pertences dos residentes, entre eles, 200 camelos de Abdul Muttalib. Os coraixitas reuniram-se sob a chefia de Abdul Muttalib e chegaram a conclusão de que não tinham capacidade para se defenderem de um exército tão poderoso e esquecendo os seus ídolos, dirigiram as suas preces ao Deus Único.

Na presença de Abraha, Abdul Muttalib exigiu a devolução dos seus 200 camelos. Zangado, Abraha disse-lhe que pensava que estava na presença de um verdadeiro líder e que em vez de se preocupar com os seus animais, devia é preocupar-se com a defesa da Caaba. Respondeu Abdul Muttalib de que ele era o dono dos camelos e portanto  responsável por cuidar deles, pelo que os mesmos lhe devem ser devolvidos. E quanto à Caaba, tem o seu próprio Dono, e  Deus a irá defender. E assim aconteceu, Allah enviou um bando de pássaros, carregando cada um deles, 3 pedrinhas, que foram lançadas sobre o exército invasor. As pedrinhas causaram inúmeras baixas e a debandada dos sobreviventes. Os coraixitas para salvar a Caaba, não invocaram os seus ídolos, mas sim a Allah, o Deus Único.

Mais exemplos. Um Árabe que queria vingar a morte do seu pai, dirigiu-se ao templo do seu ídolo zul-khalasah, pedindo orientações para a vingança. O presságio que recebeu, é de que devia abandonar a sua intenção. Furioso, retirou as ofertas que tinha deixado e replicou violentamente com o ídolo, dizendo-lhe que se estivesse no lugar dele, com um pai assassinado, não diria uma coisa dessas. Outro Árabe, levou os seus camelos ao ídolo que tinha acabado de ser manchado de sangue dos sacrifícios. Os camelos ao verem o sangue, apavoraram-se e saíram correndo em todas as direcções. O dono, ao ver esta debandada, ficou furioso e começou a destruir o ídolo, atirando pedras e replicando: Por Deus, eu tinha vindo para pedir bênçãos para os meus camelos e tu me privaste deles todos”. Os dois ídolos que foram colocados nos montes Safa e Marwa, em Maka, referiram os idólatras de que eram seres humanos, um homem e uma mulher, que teriam cometido adultério dentro da Caaba e por isso Deus os castigou transformando-os em pedra. 

Na época do Profeta Ibrahim (Aleihi Salam) – Abraão (Que a Paz de Allah esteja com ele), os seus pais, familiares e todos os da localidade, eram idólatras e também seguiam e adoravam astros. Ainda pequeno, Allah iluminou Ibrahim (Que a Paz de Allah esteja com ele) e guio-o para o caminho do monoteísmo. No Cur’ane, é referido o diálogo entre o Profeta Ibrahim (Alei Salam) e o pai, que adorava os ídolos por ele esculpidos: “Pai, porque adoras aquilo que não ouve nem vê e em nada te pode beneficiar? Pai, foi-me revelado algo de sabedoria que tu não recebeste. Segue-me pois, vou conduzir-te para o caminho recto.”  Cur’ane 19:42,43.

Ele insistiu também com todos os outros, referindo que os ídolos nunca irão responder aos seus anseios, pelo que deviam voltar-se para o monoteísmo. Mas as advertências não surtiram efeito.

O povo convidou Ibrahim (Aleihi Salam) para participar nas festividades religiosas que iam ter lugar fora da localidade, onde iam participar todos, o povo, o rei, os religiosos e os astrólogos. Ele arranjou um pretexto para não ir e aproveitou a ausência deles para com um machado destruir todos os ídolos, com excepção do maior, junto do qual deixou ficar o machado. Quando regressaram, ficaram furiosos com a destruição, tendo chegado à conclusão de que o ídolo não tinha qualquer poder e só poderia ser um o responsável – Ibrahim (Aleihi Salam), o único que ficara na localidade. Foi então chamado na presença deles para ser julgado, começando com a pergunta óbvia se foi ele o causador da destruição. O que respondeu de que tinha sido o grande ídolo e deviam perguntar a ele. A resposta pronta dos líderes foi de que todos sabem que os ídolos não falam e que não faz sentido, dirigir-lhe qualquer pergunta. Então irónico, Ibrahim (Aleihi Salam) perguntou-lhes se sabiam que os ídolos não têm quaisquer poderes, porque teimavam em adorá-los? Foi assim considerado inimigo para ser julgado e punido.

“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41. Wa ma alaina il lal balá gul mubin” “E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem”. Surat Yácin 36:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. 14:41

Abdul Rehman Mangá

 

039 – OS ÁRABES NO PERÍODO PRÉ-ISLÂMICO

 

039 – OS ÁRABES NO PERÍODO PRÉ-ISLÂMICO

Muito depois da morte dos profetas Ibrahim e Ismail (Aleihi Salam) e antes da profecia de Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), os Árabes e outros povos da região, adoravam ídolos, combatiam-se entre si e praticavam barbaridades, como por exemplo, o de enterrarem vivas as suas próprias filhas. Muitos deles eram pessoas desprovidas de sentimentos e as guerras entre as diversas tribos prolongavam-se por longos anos. Quando se sentiam cansados dos combates, faziam tréguas, mas sempre aguardando uma nova oportunidade para voltarem à guerra.

Continue a ler no capítulo seguinte …

O41.01 – O MÊS DE MUHARRAM – O DIA DE ASHUURÁ

 

041.01 – O Mês de Muharram – O Dia de Ashuurá

O calendário Islâmico segue o ciclo lunar e é composto por 12 meses de 29 ou 30 dias. Por consequência, o ano tem cerca de 11 dias a menos, em  relação ao calendário gregoriano.

O primeiro mês do calendário islâmico é o Muharram. É um mês importante e abençoado por Allah Subhana Wataala. Abu Bakr (Radiyalahu an-hu), relatou que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: O ano tem 12 meses. Quatro meses são sagrados; os 3 meses consecutivos de Dhul-al-Qidah, Dhul.al-Hijjah e Muharram; e (o quarto) o Rajab (chamado também de Rajab Mudar, por ter sido respeitado pela tribo de Mudar) que se encontra entre Jumaada Akhir e Sha’aban.” Bukhari 60:184.

Refere o Cur’ane: “Por Deus, o número de meses é de 12, como foi ordenado por Deus no dia em que Ele criou os céus e a terra; Quatro deles são sagrados. Este é o computo certo, portanto não vos condeneis (não sejais injustos com vós mesmo neste mês)…. Cur’ane 9:36. Ibn Abbass e Qatada (Radiyalahu an-huma) referiram que esta frase portanto não vos condeneis…” refere-se a todos os meses. No entanto, as más acções e os pecados cometidos naqueles 4 meses são mais sérios e  em contrapartida, as boas acções trazem maiores recompensas.

A Hégira marca o primeiro dia do ano do Calendário Islâmico, quando o Profeta Muhammad  (Salalahu Aleihi Wassalam) foi obrigado a emigrar de Maka para Medina no ano de 622 depois da era de Issa-Jesus (Aleihi Salam). Foi uma época muito difícil sofrida pelo Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi wassalam), perseguido e maltratado quando começou a proclamar para os idólatras de Maka de que “Não há outra divindade senão Deus” – “Lá ILAHA ILA LLAHA”. Lembrando este acontecimento, os muçulmanos devem incrementar neste mês sagrado, as acções meritórias para satisfação do Criador, Misericordioso e Sustentador.

O Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam),  nunca jejuou por inteiro em qualquer outro mês, a não ser no mês de Ramadan. O mês que mais jejuava era o de  Sha’aban, que antecede o mês de Ramadan. No entanto, recomendou-nos para também jejuarmos noutras ocasiões, como por exemplo no dia de Arafa e  no mês de Muharram.

Dos 4 meses sagrados, Muharram foi abençoado com algumas virtudes específicas, como por exemplo por causa do dia de Ashuurá. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) sempre jejuou nesse dia, mesmo nos tempos pré-islâmicos. Dada à importância do dia, outros também observavam o jejum. Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) relatou que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “O melhor jejum depois do mês de Ramadan, é o jejum no mês de Allah, o mês de Muharram.” (Musslim). Quando o jejum do mês de Ramadan foi instituído como obrigatório, o jejum de Ashuura deixou de ser obrigatório, passando a ser recomendado (mustahab).

Segundo o relato de Ibn Abbass (Radiyalahu an- hu), quando o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) chegou à cidade de Madina, viu os  judeus jejuando no dia de Ashuura e perguntou os motivos. Foi-lhe respondido. “Este é o dia em que Deus salvou o Profeta Mussa Aleihi Salam (Moisés) – Que a Paz de Deus esteja com ele – e os seus seguidores. Então Mussa, como agradecimento a Deus, jejuou neste dia. O Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Nós temos mais direitos sobre Mussa (Que a Paz de Deus esteja com ele) do que vós e somos mais próximos dele do que vós.” Então o Profeta jejuou neste dia e ordenou os seus Sahábas – Companheiros (Radiyalahu an-huma – Que Deus esteja satisfeito com eles) para fazerem o mesmo. (Musslim).

O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) referiu: “Ao jejuar no dia de Ashuura, eu espero que Allah aceite o meu jejum como uma expiação pelo ano que passou.” (Musslim).

Ibn Abbas (Radyialahu an-hu), referiu: Quando o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) jejuou no dia de Ashura e recomendou para que os seus companheiros assim o fizessem, eles lhe disseram: Ó Mensageiro de Deus, este é o dia em que os Judeus e os Cristãos o consideram muito importante. Então o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “No próximo ano, se Deus quiser, nós observaremos (também) o jejum no dia nove”. Mas, o Mensageiro de Deus, acabou por falecer antes do referido advento. Muslim Livro 6 – Hadice 2.528.

Ashuurá é derivado de Ashará, que significa 10. Assim, Ashuurá é  o décimo dia de Muharram e o Tashuurá, é o nono dia do mesmo mês. É virtuoso jejuarmos nos dias 9 e 10 de Muharram, porque o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) assim o recomendou.

“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41. Wa ma alaina il lal balá gul mubin “E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem”. Surat Yácin 36:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Allah, Senhor do Universo!”. Cur’ane 10.10.

Abdul Rehman Mangá

 

040.04 . A PARÁBOLA DA ÁRVORE BENDITA, AS ÁRVORES E OS ATRIBUTOS DE ALLAH E A ÁRVORE MALDITA DO INFERNO

040.04 – A PARÁBOLA DA ÁRVORE BENDITA, AS ÁRVORES E OS ATRIBUTOS DE ALLAH E A ÁRVORE MALDITA DO INFERNO.

1 – Allah utiliza a parábola da árvore bendita, a oliveira, que dá o azeite que ilumina.

O ser humano tem a sua visão limitada. Allah Subhanahu Wataala é a Luz, a Luz do Universo e do Conhecimento que ilumina todo o mundo. A ignorância é uma escuridão. O filho de Adam (Aleihi Salam) procura aumentar os seus conhecimentos para melhorar a sua vida e o relacionamento com o Criador. No entanto, ele terá sempre uma visão limitada do conhecimento. Allah utiliza uma parábola para comparar a Sua Luz, à duma lâmpada que ilumina através do azeite. Nos tempos antigos eram utilizadas as lâmpadas de azeite, para iluminação das casas e das ruas. E a lâmpada da parábola é mais brilhante e ilumina todo o universo, em relação a uma lâmpada comum. “Deus é como a Luz dos céus e da terra. O exemplo da Sua Luz é como um nicho em que há uma candeia; esta está num recipiente; e este é como uma estrela brilhante, alimentada pelo azeite de uma árvore bendita, a oliveira, que não é oriental nem ocidental, cujo azeite brilha, ainda que não o toque o fogo. É luz sobre luz! Deus conduz a Sua Luz até a quem Lhe apraz. Deus dá exemplos aos humanos, porque é Omnisciente”. Cur’ane 24:35.

2 – Se todas as árvores e os oceanos fossem utilizados para descreverem os atributos de Allah (o Criador, o Sustentador, o Primeiro, o Último, o Beneficente, o Misericordioso…)

“Não há limites para o Poder, Sinais e Atributos de Allah. As Suas Palavras são Perfeitas”. Se todas as árvores do mundo fossem utilizadas para produzirem canetas e os oceanos como tinta, mesmo que se acrescentassem outros sete oceanos, não seriam suficientes para descrever as Palavras de Allah, o Seu Poder, a Sua Sabedoria, a Sua Generosidade e todos os restantes Atributos. “Ainda que todas as árvores da terra se convertessem em canetas e o oceano em tinta e lhes fossem somados mais sete oceanos (para escreverem) as Palavras de Deus, (estas) não se esgotariam, porque Allah é Poderoso, Prudentíssimo”. Cur’ane 31:27.

A nossa mente é limitada e por isso não podemos compreender para além do que Allah nos transmitiu. O Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) explicou-nos como irá fazer a intercessão perante Deus, ao seu Umah (seguidores) no Dia da Ressurreição: “Pedirei a autorização do meu Senhor  e Ele irá conceder-me-á. Depois Ele inspirar-me-á com palavras de louvor que agora desconheço e eu louva-Lo-ei com essas palavras e prostrar-me-ei diante d’Ele”. Bukhari 93:601. SubhanaAllah!

3 – Os que tiverem contas para prestar perante a Justiça Divina, encontrarão no inferno a árvore de zaqqum:

Não é só na terra e no Paraíso que o Cur’ane e os Hadices nos referem a existências de árvores. O inferno também tem a sua “árvore maldita”. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) foi uma testemunha ocular real, quando na noite de Mi’raj foi transportado pelos céus e tudo lhe foi mostrado. (Bukhari 77:610). “Na verdade, é uma árvore que brota do fundo do fogo do inferno.”. Cur’ane 37:64. “Qual a melhor recepção, esta (no Paraíso) ou a da árvore do zaqqum (uma árvore horrível do inferno)?”. Cur’ane 37:62. “Sabei que a árvore de zaqqum, será o alimento do pecador”. Cur’ane 44:43 e 44. “Sem dúvidas que comereis do fruto de zaqqum; do qual fartareis os vossos estômagos; e, por cima, bebereis água fervente”. Cur’ane 56:54, 55 e 56.

Wa ma alaina il lal balá gul mubin” “E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem”. Surat Yácin 3:17.

“Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. Cur’ane 10.10.

“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.

Abdul Rehman Mangá

 

040.03 – AS VIRTUDES DAS ÁRVORES NA TERRA

040:03 – AS VIRTUDES DAS ÁRVORES NA TERRA

(E também na terra, são confirmadas as virtudes das árvores):

1 – As árvores comparadas aos crentes

Segundo uma narrativa de Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) comparou os crentes às árvores que são sacudidas pelas intempéries. O sofrimento dos crentes será como uma expiação dos seus pecados e terão elevados estatutos na Vida Futura. Apesar de fustigados pelas dificuldades, os crentes mantêm-se firmes, pedindo a protecção de Allah: O Apóstolo de Allah disse: “O exemplo de um crente é como a planta tenra e fresca, que se curva conforme a direcção do vento e depois fica quieta e em linha recta (depois da tempestade). Da mesma forma, um crente quando é afligido com calamidades (ele permanece paciente até que Deus remova as suas dificuldades). Uma pessoa perversa é como um pinheiro que se mantém duro e hirto até que Allah o corta (o derruba) quando Ele assim o entender”. Bhukari 70:547.

“…há uma parábola duma palavra vil, comparada a uma árvore vil, que foi desarraigada da terra e carece de estabilidade”. Cur’ane 14:26.

2 – As Tamareiras e a Boas Palavras.

Desde os tempos dos nossos Profetas, a tamareira continua a ter uma importância para os povos do médio oriente, do norte de África e para os muçulmanos em geral. O seu fruto, a tâmara, é um alimento por excelência, muito apreciado e recomendado por exemplo, para se quebrar o jejum, acompanhado de um copo de água. Na altura da escassez alimentar, muitos bastavam-se com tâmaras e água. Foi o caso de Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), da sua família e dos seus companheiros (Radiyalahu an-huma), que algumas vezes recorriam às tâmaras, para atenuarem as dores da fome. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) comparou a tamareira a uma palavra boa, porque quando a palavra é proferida duma forma sincera, fortalece a amizade e a fé, tal como o fruto da tamareira, alimenta e fortalece o corpo. E Allah Subhana Wataala, refere: “Não reparas como Deus exemplifica? Uma boa palavra (pura) é como uma árvore nobre, cuja raiz está profundamente firme e os ramos se elevam ao céu”. Cur’ane 14:24. A palavra pura de cada pessoa (ou de cada comunidade), dará origem a uma sociedade justa, onde todos possam viver em harmonia.

Ibn Umar (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Entre as árvores, há uma árvore, cujas folhas não caem, comparando-se ao muçulmano (submisso a Allah). Digam-me, qual é o nome da árvore?”. Todos começaram a pensar nas árvores da zona desértica. Eu pensei na árvore tamareira, mas senti vergonha de responder. Eles perguntaram: “Qual é a árvore, ó Profeta de Allah?” Ele respondeu: “É a árvore tamareira”. Bhukari 3:58  

Quando Mariam (Maria), mãe de Issa (Jesus) – Aleihi Salam, que a Paz de Allah esteja com eles, se encontrava com as dores de parto, lamentando-se da sua situação, foi refugiar-se junto a uma tamareira. (Cur’ane 19:23). Porém uma voz a tranquilizou, informando-a de que Deus fez correr um riacho a seus pés (Cur’ane 19:24). E a voz também disse: “Sacode o tronco da tamareira, de onde cairão sobre ti tâmaras maduras e frescas”. Cur’ane 19:25. “Come e bebe e consola-te…”. Cur’ane 19:26.

3 – A Oliveira, a Azeitona e o Azeite

A Oliveira é uma árvore abençoada por Deus e referida no sagrado Cur’ane e pelo Profeta de Allah (Salalahu Aleihi Wassalam). Do seu fruto a azeitona, extraímos o azeite, um alimento por excelência e muitas vezes utilizado para fins terapêuticos e como combustível para iluminação. “Pelo figo e pela oliva”. Cur’ane 95:1. Como alimento, é referido em vários hadices: “Anas (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) visitou Saad Ibn Ubada (Radiyalahu an-hu). Este lhe ofereceu pão e azeite de oliva. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) comeu e disse: “aqueles que jejuam, quebraram o jejum contigo, os virtuosos comeram do teu alimento e os anjos suplicaram por ti”. Abu Daoud. Nos tempos actuais, os benefícios do azeite para a saúde, são amplamente publicitados. Há mais de 1.400 anos, o Profeta deixou-nos o seguinte conselho: “Abu Usayd al-ansari referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) recomendou: “Comam o azeite e esfreguem-no (no cabelo, no corpo), porque ele provém duma árvore bendita”. Tirmidhi e Ibn Majá.

“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41. 

Abdul Rehman Mangá

 

040.02 – AS ÁRVORES NOS HADICES E NO CUR’ANE (PARTE 2)

040:2 – AS ÁRVORES NOS HADICES E NO CUR’ANE (PARTE 2)

Ainda o que o Cur’ane Sagrado e os Hadices esclarecem-nos acerca das árvores no Paraíso:

3 – Sidratul – Muntaha, a grande árvore e o limite onde ninguém pode passar.

De acordo com a interpretação que foi dada, a palavra “Sidratul” significa uma grande árvore com muitas folhas grandes que dão uma grande sombra. E o termo “Sidratul – Muntahá”, é a grande árvore com grandes folhas, que se encontra localizada no ponto mais alto do céu, onde os anjos de Deus não podem passar e desconhecem o que existe para além dela. Sobre esta árvore, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse que ela estava coberta de cores indescritíveis. Bukhari 8:345. E também referiu: “Então eu fui levado para ascender ao Sidrat-ul-Muntaha (ou seja a árvore de lote na fronteira extrema). Os seus frutos eram como os jarros de Hajr (um lugar perto de Madina) e as suas folhas eram tão grandes como as orelhas dos elefantes. Gibrail disse: “esta é a árvore que indica a derradeira fronteira”. Bhukari 58:227. As referências de que seus frutos e as suas folhas eram como os jarros de Hajr e orelhas de elefantes, respectivamente, indicam a grandiosidade das mesmas. Gibrail (Aleihi Salam), Anjo Gabriel (que a Paz de Deus esteja com ele) parou nessa “fronteira”, quando na noite de Mi’raj acompanhou o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalamo) na viagem aos céus. O Profeta chegou tão perto de Allah, onde Gibrail não estava autorizado, pois se tivesse dado mais um passo, transformar-se-ia em chamas. A distância em que o Profeta se encontrava perante Allah, era somente o equivalente a dois arcos (arcos de atirar flechas). “Na verdade, ele presenciou um dos maiores sinais do seu Senhor”. Cur’ane 53:18. Foi aí que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalamo) recebeu as orientações para o seu Umah (povo) realizar as orações diárias, o segundo pilar do islão. Foram também dados os versículos finais do Sura Al-Baqara e a remissão dos pecados graves para aqueles do seu Umah que não associem nada a Allah. Muslim 1:329.

B) – E também na terra, são confirmadas as virtudes das árvores:

1 B– As virtudes de plantar árvores

O homem tem uma grande responsabilidade em manter a terra sustentável, para o benefício das próximas gerações. Uma das maneiras de proteger o planeta é manter e plantar novas árvores. Anas Bin Malik referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “O muçulmano que plantar uma árvore e que depois um pássaro, uma pessoa ou um animal coma (dos seus frutos), será considerado uma sadaka (um presente) dado por ele”. Bukhari 39.513. 

“E também (as árvores) servem de refúgio para as abelhas que produzem um excelente alimento, o mel”. Cur’ane 16:68.

2 B– O tronco da árvore que chorou.

Temos a passagem do tronco duma árvore (de tamareira) que chorou quando foi substituída por um púlpito (mimbar). Teria sido por ciúmes? Jabir Bin Abdullah referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) costumava ficar encostado numa árvore na sexta-feira (quando proferia o sermão). Então alguém dos ansares perguntou-lhe se poderiam fazer-lhe um púlpito. Respondeu ele que sim, se assim o desejassem. Então construíram para ele um púlpito e na sexta-feira ele subiu nele (para transmitir o sermão). A tamareira chorou como uma criança! O Profeta desceu do púlpito e abraçou a árvore enquanto ela continuava gemendo como uma criança que está sendo acalmada. O Profeta disse: “Ela estava chorando por sentir a falta do conhecimento religioso que costumava ouvir e que era dado ao pé dela”. Bhukari 56:784.

“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41. 

Abdul Rehman Mangá

040.01 – AS ÁRVORES NOS HADICES E NO CUR’ANE.

040:1 – AS ÁRVORES NOS HADICES E NO CUR’ANE.

O Cur’ane Sagrado e os Hadices esclarecem-nos acerca das árvores no Paraíso:

1 – Adam e Hawa – Adão e Eva (Aleihi Salam) e a árvore do Paraíso. 

No início da criação do ser humano, a utilização indevida do fruto duma certa árvore, deu origem à expulsão do paraíso para a terra, dos primeiros seres humanos. Após a criação do nosso pai e da nossa mãe, Adam e Hawa (Aleihi Salam), Adão e Eva (Que a Paz de Deus estejam com eles), Allah Subhana Wataala autorizou-os a comerem de tudo no Paraíso, mas alertou-os para não se aproximarem duma certa árvore: “Ó tu Adão, habita com a tua esposa o Paraíso! Desfrutai do que vos aprouver; porém, não vos aproximeis desta árvore, porque estareis entre os transgressores”. Cur’ane 7:19. O sheitan (satanás), nosso inimigo e sempre à procura do lado fraco do ser humano desviando-o do caminho da verdade, conseguiu captar a atenção do nosso pai Adam: “Então o satanás lhe sussurrou para revelar-lhe o que, até então, lhes tinha sido ocultado das suas partes íntimas, dizendo: Vosso Senhor vos proibiu esta árvore para que não vos convertêsseis em dois anjos ou não estivésseis entre os mortais”. Cur’ane 7:20.  E o sheitan continuou com ironia: ”E ele lhes jurou: sou para vós um fiel conselheiro”. Cur’ane 7:21. Adão e Hawa enganados pelo satanás, desobedeceram as ordens divinas, conforme o referido no versículo seguinte: “E, com enganos, seduziu-os. Mas quando colheram o fruto da árvore, se manifestaram as suas partes intimas e começaram a cobrir-se com folhas das plantas do Paraíso. Então Seu Senhor os admoestou: “Não vos havia vedado esta árvore e não vos havia dito que satanás, era vosso inimigo declarado?”. Cur’ane 7:22. Adam e Hawa (Aleihi Salam), foram os primeiros a serem ludibriados pelo satanás. Voltaram-se para Deus, procurando o Seu Perdão e Misericórdia. E Deus lhes ordenou: “Descei! Sereis inimigos uns dos outros e tereis na terra, residência e gozo transitórios”. Cur’ane 7:24. Os Livros anteriores ao Cur’ane, atribuem a culpa unicamente à Hawa, que teria levado Adam a transgredir as ordens de Deus. “Respondeu o homem (a Deus): A mulher que me deste por esposa, ela me deu (o fruto) da árvore e eu comi”. Gênesis 3:12. O Cur’ane livrou a primeira mulher do chamado “pecado original”, atribuindo a transgressão unicamente ao nosso pai Adam, conforme os versículos anteriormente referidos.

2 – Ibrahim – Abraão (Aleihi Salam) e a grande árvore.

Quando o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) visitou o Paraíso, num jardim muito bem florescido, viu um homem acompanhado de crianças, que estava sentado junto à raiz duma grande árvore. Era o Profeta Ibrahim (Aleihi Salam) – Abraão que a Paz de Deus esteja com ele, que estava rodeado de crianças, filhos das pessoas. (Bukhari 23:468). Outra narrativa em Bukhari – Al Adab al Mufrad, Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) referiu que os filhos menores dos crentes que morreram (ainda pequenos), viverão no Paraíso sob a supervisão do Profeta Ibrahim e da sua esposa Sarah (que a Paz de Deus esteja com eles). Eles tomarão conta deles e os entregarão aos pais no Dia da Ressurreição. E disse ainda: “Os vossos filhos estão circulando livremente no Paraíso. SubhanaAllah! Na narração de Muslim, Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) acrescentou que Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Eles (os filhos) encontrarão os seus parentes e lhes segurarão as mãos ou as suas roupas, como eu estou segurando as vossas roupas e eles não largarão as mãos deles até que Allah, o nosso Criador e Perdoador os façam entrar no Paraíso com os seus parentes”. Muslim 32:6370.

3 – Tooba, a grande árvore do Paraíso.

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) relatou que Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Há uma árvore no Paraíso que é tão grande, que um cavaleiro poderia viajar à sua sombra durante cem anos e podem recitar, se o desejarem: “E extensa é a sombra” (56.30). E um lugar no Paraíso do tamanho de um arco duma flecha, é melhor do que toda a terra, em que o sol nasce e se põe”. Bukhari 54:475.

“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.

Continua …

Abdul Rehman Mangá

040 – AS ÁRVORES E O ISLÃO

040 – AS ÁRVORES E O ISLÃO.

No início da criação do ser humano, a utilização indevida do fruto duma certa árvore, deu origem à expulsão do paraíso para a terra, dos primeiros seres humanos. Após a criação do nosso pai e da nossa mãe, Adam e Hawa (Aleihi Salam), Adão e Eva (Que a Paz de Deus estejam com eles), Allah Subhana Wataala autorizou-os a comerem de tudo no Paraíso, mas alertou-os para não se aproximarem duma certa árvore: “Ó tu Adão, habita com a tua esposa o Paraíso! Desfrutai do que vos aprouver; porém, não vos aproximeis desta árvore, porque estareis entre os transgressores”. Cur’ane 7:19.

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