ÁGUA DE ZAM – ZAM

005.05 – ÁGUA DE ZAM – ZAM

LABBAIKA, ALLAHUMMA LABBAIK… Eis-me aqui ao Teu serviço, ó Allah, eis-me aqui…

O poço donde provém a água de zam-zam, está situado na Mesquita de Makka. Até aos nossos dias, a água do poço continua com um caudal necessário para abastecer todos os Hajis (peregrinos), visitantes e residentes e nunca se verificou qualquer falta de água. É um verdadeiro milagre naquela zona do deserto.

Ibrahim – Abraão (Aleihi Salam – Que a Paz de Deus esteja com ele), cumprindo com as ordens de Allah, nosso Guia e Senhor, levou a sua esposa Hajra e o seu filho recém-nascido Issmail (Aleihi Salam – Que a Paz de Deus esteja com eles) e deixou-os perto do Al-Baitul Atiq (A casa antiga). Com eles ficaram  algumas tâmaras e água. Naqueles tempos Makka, era um  autentico deserto, sem condições de sobrevivência.

Hajra perguntou ao marido, o motivo por que lhes deixava naquele local onde não havia ninguém. O Profeta (Aleihi Salam) não lhe respondeu, apesar da pergunta ter sido feita várias vezes. Então Hajra (Que Deus esteja satisfeita com ela) perguntou se foi Deus que lhe deu orientações para o facto. E aí o marido respondeu-lhe afirmativamente. Ela, confiante, disse que neste caso,  o nosso Senhor nunca os abandonará. Ibrahim (Aleihi Salam), retirou-se e mais ao longe, no pico da montanha, fez a seguinte prece: “Ó Senhor nosso! Eu fiz habitar parte da minha descendência num vale inculto, perto da Tua Casa Sagrada, Senhor Nosso, para que cumpram a oração; fazei, portanto, com que os corações de algumas pessoas se inclinem para eles, com fervor e sustenta-os com os frutos para que Te agradeçam.” Cur’ane  14, Vers.37

Mãe e filho beberam e comeram até que a provisão se esgotou e começaram a sentir sede.  A mãe, aflita, deixou o filho e subiu o monte Safa para ver se alguém a acudia. A seguir correu para o monte Marwa, mas não via ninguém. De Safa para Marwa, e assim sucessivamente, fez o percurso sete vezes e foi então que ela ouviu uma voz. Segundo o relato de Abdallah Ibn Abáss (Radiyalahu an-hu),  ela disse em voz  alta:  “Ó quem quer que sejas, fizeste-me ouvir a tua voz, também me podes ajudar?”. No local onde deixou o filho pequeno, viu  um anjo que estava remover o chão com a sua asa. Daí começou a brotar água. Então Hajra com as suas mãos começou a abrir uma cavidade e com as suas mãos encheu o odre. Ibn Abass (Radyialahu an-hu) narra que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Que Allah tenha misericórdia da mãe de Issmail. Se ela não tivesse controlado o caudal, aquela teria sido uma fonte de água que escorreria como um rio!”. Hajra bebeu a água e deu de amamentar ao filho. O Anjo tranquilizou-a e disse-lhe “esta é a Casa de Deus, que será construída por esse menino e pelo seu pai e nunca Deus negligenciou o Seu povo”. Parte do relato de Ibn Abaas, em Bukhari. Livro 55:583.

Muito mais tarde, o poço de água de zam zam foi destruído pelas guerras e não havia dele qualquer vestígio. Por volta do ano 500 D.C.,  Abdul Muttalib, uma personagem respeitada, era o responsável pela assistência aos peregrinos que se deslocavam a Maka. A água, um bem precioso, era transportada  de outros locais distantes, o que dificultava a tarefa daquele que viria a ser o avô do nosso Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam). Graças a sonhos que teve, Abdul Muttalib conseguiu descobrir o local onde se encontrava originalmente o poço e com a ajuda do filho Háriss, escavou  e retirou todos detritos, fazendo assim renascer o lençol de água que até hoje perdura e que é utilizada por milhões de peregrinos.

Um dos rituais do Haj (Peregrinação), depois de fazer o Tawaf (circundar sete vezes a casa sagrada), é percorrer os montes Safa e Marwa, também  sete vezes, fazendo Zikr (recordando a Deus) e reflectindo sobre o percurso que Hajra fez, aflita, com sede e debaixo de um sol escaldante, à procura de água para o seu filho. Nos tempos actuais,  este ritual é efectuado dentro de um pavilhão com as melhores condições climatéricas!

Percorrer (correr) entre os montes Safa e Marwah, é um dos rituais relacionados com o Haj. Na altura, os pagãos árabes colocaram ídolos nos dois montes e desvirtuaram este ritual. No monte Safa, colocaram um ídolo macho e no Marwa, um ídolo fêmea e diziam que os dois se transformaram em pedra, por terem cometido adultério.  Com o advento do Islamismo, colocou-se a questão se o ritual era um acto instituído por Deus, ou se tinha sido inventado pelos adoradores dos falsos deuses. Depois da Caaba passar a ser a Quibla (orientação) e os ídolos todos destruídos, para acabar com todas as dúvidas, Deus revelou o seguinte versículo: “Os montes de Safa e Marwa contam-se entre os símbolos de Deus, portanto não é pecado, para aquele que visita a Casa na época da peregrinação (Haj) ou noutra altura (Umra), caminhar à sua volta ritualmente…” Cur’ane 2:158.

Os peregrinos quando regressam às suas terras de origem, têm sempre a preocupação de levaram garrafas de água de zam zam. Oferecem aos familiares e amigos, pequenas porções de água que são bebidas, em pé, virando-se para quibla (Makka), mencionando o nome de Deus, dizendo:  “Bissmillahir Rahmanir Rahim” – “Em nome Deus, o Beneficente, o Misericordioso.” E fazendo a seguinte prece: Ó Allah! Peço-Te o Ilm (Conhecimento) benéfico, a abundância na provisão e a cura de todas as doenças.”Ibn Abbáss (Radiyalahu an-hu), referiu: “Apresentei ao Profeta (Salalahu  Aleihi Wassalam) a água de zam-zam para beber e ele bebeu de pé.” (Bukhari). Khalil Mujáhid At-Tábil (Radiyalahu an-hu), referiu que a água de zam-zam serve a intenção pela qual for  bebida e a pessoa beneficia  do objectivo pela qual foi bebida.”

Rabaná af rig ãleiná sab ran wa tawafaná muslimun: “Senhor Nosso, concede-nos a paciência e faze com que morramos submissos a Ti!”. Cur’ane 7:126

“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41

Abdul Rehman Mangá

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